O tema da nossa discussão de hoje tem sido motivo de insônia para ambientalistas no mundo inteiro. O mais importante evento sobre meio ambiente dos últimos anos, o Rio+20, deve colocar em pauta essa preocupação.
Chamado de Capitalismo Verde, a onda de ações com aparência ambientalmente corretas são condenadas pelos ambientalistas por não provocarem mudanças importantes nos padrões de comportamento e nas relações de produção e consumo da humanidade. Em suas análises, organizações não governamentais e institutos voltados a discussão da temática ambiental vêem pouco comprometimento de governos e empresas que nos últimos 20 anos nada fizeram para reduzir os efeitos de suas políticas industriais e governamentais sobre o planeta e agora se apresentam novamente com seus programas e compromissos futuros.
Na prática o que constatamos são algumas ações que aparentemente podem ser vistas como comprometidas com a questão ambiental mas que guardam em sua concepção apenas o aspecto da redução de custos paras as empresas. E o que mais preocupa nesses casos é a imagem que empresas e governos “vendem” para a sociedade ao adotarem essas práticas. Essas organizações conseguem reduções consideráveis de seus custos e ainda, de quebra, ficam “bem na fita” com a população, que nem sempre consegue avaliar com profundidade o que está sendo feito. Nesse sentido, a nova moda é substituir o ambientalmente incorreto mais “caro” pelo ambientalmente incorreto mais “barato” ou por aquele cujo valor possa ser repassado.
Mas não seriam essas atitudes de empresas e governos , uma forma de oportunizar o aprendizado ou a conscientização? Creio que sim, mas também entendo que é preciso desmistificar as intenções. Se amanhã, por algum motivo os grupos econômicos tiverem que retroceder em suas matrizes de produção e em suas rotinas para garantir bons resultados, não tenham dúvida de que isso irá acontecer.
Seria um exemplo disso a atual campanha pela extinção das sacolas plásticas? Faça sua avaliação.