Surto de Dengue no País da Tolerância Zero.

 Epidemia com hora marcada. Em anos alternados ou mesmo em sequência. Os verões se sucedem e a dengue marca presença com suas centenas de casos em quase todas as cidades. Algumas  com muitos, outras com poucos, mas em quase todas o mosquito está presente e uma vez infectado, faz a festa.  E aí começa a contagem dos doentes. 50, 100, 200. 1.000. E as campanhas para acabar com o criadouro. O pratinho do vaso, a piscina, os pneus, latas e por aí vai. Se houvesse uma palavra para resumir tudo isso seria: Cansaço.

Acredito que a maioria das pessoas esteja cansada dessa ladainha “fúnebre” que vemos e ouvimos todos os anos. Será que em pleno século XXI, um “mosquitinho” é capaz de colocar de  joelhos uma sociedade inteira? A resposta, infelizmente é SIM  (com letra maiúscula mesmo).

Traçando um paralelo entre as epidemias sucessivas de dengue e as mortes no trânsito, creio que em breve será necessário criminalizar o abandono de terrenos, a falta de limpeza em quintais e os procedimentos mais simples que se não observados, servem para multiplicar a infestação da dengue. Pode parecer absurdo mas,  existe um fio condutor entre as duas questões.  Se ao ingerir qualquer quantidade de bebida, podemos ser incriminados como possíveis assassinos ao volante, por que a nossa negligência ao criar o mosquito ( que pode provocar a morte de alguém) não pode ser tratada da mesma forma.

Pode parecer um grande absurdo essa comparação. Mas uma sociedade que se permite perder sua liberdade por que não consegue adquirir hábitos responsáveis, caminha irremediavelmente para situações assim.  E não nos esqueçamos  que o poder público, e aí se enquadram todos eles : legislativo, executivo e judiciário,  estarão sempre optando pelo caminho mais fácil e de efeitos mais imediatos, não importa se isso será eficaz ao longo do tempo.  Pense nisso. Quando não  tomamos as atitudes necessárias,  alguém faz isso por nós. Aí não adianta reclamar.

Publicado em Sem categoria | Deixe um comentário

Uma imagem. Poucas palavras.

Alguém já disse que uma imagem vale mais que mil palavras. Pois bem.A foto que ilustra o texto da coluna desta semana  pode resumir bem o pensamento. Embora existam imagens que nem mil palavras expliquem. Os produtos que encontramos dentro da caçamba foram recolhidos por estarem misturados a outros resíduos, entulho, galhos etc. Chamou-nos a atenção a grande quantidade de roupas, uniformes (com a logo das empresas onde eram usadas)e livros que encontramos. Informo desde já que a cena não foi montada. O best seller que aparece em primeiro plano estava exatamente como fotografamos.. Numa época de frases feitas e pensamentos replicados, nos lembramos dessa:   "Se você faz as coisas sempre do mesmo jeito,  vai colher sempre os mesmos resultados". A julgar pela imagem, estamos longe de uma mudança. 

Obs: O que dizer daqueles que não se importam em jogar suas marcas no "lixo".

 

  

 
Publicado em Sem categoria | Deixe um comentário

Apagão de Consciência.

                    Sem entrar no mérito da discussão política em que se transformou a questão da energia nos últimos tempos, tenho sentido falta de um debate mais aprofundado à respeito do consumo dessa mesma energia. Vivemos como se não houvesse amanhã. Depois do racionamento de energia ocorrido entre 2001 e 2002, parece que todos nos esquecemos das nossas responsabilidades. Afinal, é sempre um exercício mais salutar culpar os governos de plantão. Não quero com isso eximir de suas responsabilidades os mandatários do poder. Mas, onde é que nós entramos nessa história. De uma coisa eu tenho certeza. Não se pode apenas posar de vítima.  Se nos servirem de  exemplo, que tal buscarmos países considerados de primeiro mundo e que hoje vivem problemas sérios com a questão energética. O Japão tem estimulado sua população a usar mais agasalhos à noite para diminuir a demanda pelo aquecimento das residências. Fico imaginando se alguém pedisse  para diminuir o uso dos ar condicionado. Seria fuzilado em praça pública. Sem trocadilho, além de direcionar nossas energias para a cobrança dos governantes sobre políticas energéticas mais eficientes, temos a obrigação enquanto cidadãos, de tomar medidas para o uso racional de energia. Tenho insistido em minhas palestras que não há futuro para nós nesse planeta se tudo o que fizermos for apenas esperar que se aumente  a produção de bens e serviços para o nosso bem estar. Os recursos naturais são finitos e a energia também obedece  essa lógica. Há um discurso muito difundido hoje quando a questão é analisar o serviço público e a base dessa máxima é: “Fazer mais com menos”. Além de apontar o dedo, o que mais estamos fazendo?                                                                                                                                          

Publicado em Sem categoria | Deixe um comentário