Uma relação com mais de dez empresas responsáveis por áreas contaminadas em Bauru estampam um relatório disponível no site da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O levantamento assinado pela Cetesb aponta o andamento das fiscalizações, o tipo de contaminação apresentada, o monitoramento das ações para reparação dos problemas, entre outras informações. Esse levantamento contempla todo o estado de São Paulo, mas vamos nos ater a algumas particularidades de Bauru.
Detalhe que nos chamou a atenção é a presença na primeira página sobre Bauru de uma área contaminada por um fabricante de baterias. No relatório, a profundidade da contaminação com comprometimento de solo, sub solo, áreas internas e externas além da água. Esse caso foi apontado em 2002 e teve grande repercussão. Mais de 300 crianças foram contaminadas. Na sequencia do levantamento com data de Dezembro do ano passado, aparecem várias empresas ligadas ao setor de distribuição e comércio de combustíveis.
Não nos espanta a quantidade de áreas contaminadas e sob acompanhamento da autoridade ambiental em Bauru. O que salta aos olhos é constatar que esses problemas não provocam discussões diárias e cobranças enérgicas do poder público e da sociedade em geral, dentro da máxima conhecida “o que os olhos não vêem, o coração não sente”.
Segundo dados desse relatório, temos em Bauru, enormes áreas urbanas contaminadas por combustíveis que vazam dos tanques nos postos e distribuidoras. Também estão lá os acidentes ocorridos com o transporte pela nossa mal conservada ou abandonada ferrovia e talvez, o maior desastre ambiental da história de Bauru: a contaminação por chumbo em várias comunidades que provocaram e ainda provocam uma série de conseqüências.
Fica para nós, meros mortais, a sensação de impotência diante do poderio de grandes grupos econômicos, que mesmo quando são chamados à responder por suas ações, contam sempre com processos intermináveis e recursos judiciais que nunca se esgotam. Na era que transforma informação em mercadoria, o escândalo de hoje é sempre maior do que o de ontem e vai condenar o primeiro ao esquecimento.
Para fechar o tema , numa rápida pesquisa na mídia local sobre este assunto, encontramos indicações dos mesmos problemas com os mesmos apontados, nove anos atrás. Seria apenas coincidência?