Lei do Cerrado. Ligaram a Motoserra.

Dois meses atrás nós postamos neste blog e na coluna Ecomigo no site da 94 FM  um texto sobre as primeiras movimentações para mudar a lei do cerrado. Naquele momento, detectamos algumas posturas ainda tímidas mas que já prenunicavam o barulho que estava por vir. Assim, não nos causa espanto as posições que agora são colocadas abertamente, clamando por mudanças na lei com o argumento de que o cerrado está atrapalhando o progresso da cidade. Se ao menos os argumentos fossem novos ou as alternativas fossem plausíveis até valeria a discussão. De qualquer forma é preciso ficar esperto. A pressão vai começar e nós já vimos este filme. É a luta do tronco com a motosserra. Se a gente deixar ligar será tarde.

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Eco-Filhos: O desafio dos pais de uma geração mais consciente.

A presença das discussões sobre meio ambiente e a educação ambiental cada vez maior na formação de crianças em idade escolar está fazendo surgir uma geração de cidadãos mais conscientes. Conteúdos elaborados para aulas específicas, cartilhas, apostilas e muitos outros materiais tem proporcionado um aprendizado e uma prática constante da conscientização ambiental nas escolas. Isso ocorre a olhos vistos. É só conversar um pouco com qualquer estudante e vamos constatar que o tema está na ponta da língua.

 

O que tem preocupado os educadores da área é o “terreno” que esses alunos encontram em casa. Os pais estariam preparados para receber e incentivar essa postura consciente dos filhos? Como eles tem reagido aos questionamentos dos filhos sobre seus hábitos em relação ao meio ambiente? O que fazer quando o filho ou filha chama a atenção do pai para a torneira aberta enquanto faz a barba? Ou mesmo a mãe que ainda não separa o lixo diário ou mesmo aquela  que despeja o óleo de cozinha na pia?
Essa é uma questão muito séria  para os educadores e é muito importante que pais e mães estejam atentos.
Entender que o tema da preservação ambiental é algo de extrema importância para a formação dos nossos filhos pode ser o primeiro passo para compartilharmos a experiência que eles estão vivendo. Acolher e estimular essa postura e compartilhar esses valores pode ser ainda mais gratificante para nós.
Como temos insistido que a mudança de hábito é um dos grandes desafios para a nossa geração, compartilhar o aprendizado de nossos filhos e ajudá-los a praticá-los no dia a dia, pode ser o maior estímulo para nos reeducar. Imagine você e seus filhos fazendo juntos, o trabalho de separação do lixo reciclável em sua casa. Ou mesmo programando o banho diário com tempo definido. Existem muitas oportunidades.
Importante salientar que concordar com mudanças em nossos hábitos e reconhecer que nossos filhos tem razão quando nos chamam a atenção , não significa abrir mão da autoridade paterna ou materna e pode ser ainda um saudável exercício diário do diálogo não apenas nessas questões mas para todas as outras áreas do nosso relacionamento como pais e filhos.
Fica o desafio para a nossa geração. Compreender e dar apoio àqueles que vão nos suceder na condução do nosso planeta. Se ainda não estamos prontos prá isso, nunca é tarde para aprender.
 
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Áreas contaminadas em Bauru. Gritos do Silêncio

 

Uma relação com mais de dez empresas responsáveis por áreas contaminadas em Bauru estampam um relatório disponível no site da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O levantamento assinado pela  Cetesb  aponta o andamento das fiscalizações, o tipo de contaminação apresentada, o monitoramento das ações para reparação dos problemas, entre outras informações. Esse levantamento contempla todo o estado de São Paulo, mas vamos nos ater a algumas particularidades de Bauru.
Detalhe que nos chamou a atenção é a presença na primeira página sobre Bauru de uma área contaminada por um fabricante de baterias. No relatório, a profundidade da contaminação com comprometimento de solo, sub solo, áreas internas e externas além da água. Esse caso foi apontado em 2002 e teve grande repercussão. Mais de 300 crianças foram contaminadas.  Na sequencia do levantamento com data de Dezembro do ano passado, aparecem várias empresas ligadas ao setor de distribuição e comércio de combustíveis.
Não nos espanta a quantidade de áreas contaminadas e sob acompanhamento da autoridade ambiental em Bauru. O que salta aos olhos é constatar que esses problemas não provocam discussões diárias e cobranças enérgicas do poder público e da sociedade em geral, dentro da máxima conhecida “o que os olhos não vêem, o coração não sente”.
Segundo dados desse relatório, temos em Bauru, enormes áreas urbanas contaminadas por combustíveis que vazam dos tanques nos postos  e distribuidoras. Também estão lá os acidentes ocorridos com o transporte pela nossa mal conservada ou abandonada ferrovia e talvez, o maior desastre ambiental da história de Bauru: a contaminação por chumbo em várias comunidades que provocaram e ainda provocam uma série de conseqüências.
Fica para nós, meros mortais, a sensação de impotência diante do poderio de grandes grupos econômicos, que mesmo quando são chamados à responder por suas ações, contam sempre com processos intermináveis e recursos judiciais que nunca se esgotam. Na era que transforma informação em mercadoria, o escândalo de hoje é sempre maior do que o de ontem e vai condenar o primeiro ao esquecimento. 
Para fechar o tema , numa rápida pesquisa na mídia local  sobre este assunto, encontramos indicações dos mesmos problemas com os mesmos apontados, nove anos atrás. Seria apenas coincidência?
 
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